Psicologia política e a potência transformadora do espaço escolar

  • Jean Costa Santana Universidade Federal do Rio de Janeiro/Brasil

Resumo

O presente artigo objetiva discutir o espaço escolar através da interdisciplinaridade da psicologia política. Nesse sentido, buscamos contribuir para um espaço escolar que crie processos de emancipação social e se comprometa, cada vez mais, com a realidade social dos alunos e das maiorias populares oprimidas. Da perspectiva interdisciplinar da psicologia política, como referencial teórico e metodologia, tentamos analisar e discutir elementos psicopolíticos que habitam a instituição escolar, e apresentar concepções de uma psicologia politizada e libertadora, conforme a orientação teórica e prática de Martín-Baró. Para essa análise, não autonomizamos a instituição escolar, separando-a da sociedade, mas a situamos como parte de uma totalidade que se organiza mediante o conjunto das relações sociais sob o capitalismo. E a partir da nossa discussão, concluímos que o espaço escolar possui muitas contradições, justamente porque é um espaço formado por elementos políticos, psicológicos, afetivos e sociais, e também pelo seu potencial de propagar esses elementos. E devido essa importância, é um espaço frequentemente disputado pelo governo, por movimentos populares, por formas de agenciamentos conservadores e reacionários, ou por outras maneiras críticas e revolucionárias. Portanto, reconhecemos que o espaço escolar é um espaço de luta; e como espaço ativo e vivo, por causa de homens e mulheres que o compõem, há a imprescindível necessidade desse espaço estar implicado e comprometido com a transformação social, que tanto necessita nossas populações.

Publicado
08-01-2020