Subjetividades e juventudes campestres: constituição de sentidos subjetivos por um jovem do campo

Abstract

Este estudo tem por objetivo analisar a constituição de sentidos subjetivos de jovens do campo acerca de si mesmo. Para tanto, adotou-se a epistemologia qualitativa de Gonzalez Rey e metodologia no modelo construtivo-interptretativo. Os instrumentos para construção da informação foram grupo focal, entrevista semiestruturada, e os mapas afetivos. Foram selecionados 11 (onze) participantes- jovens do campo da cidade de Cajuri-MG que estudam na zona urbana- sendo que se utilizou o estudo de caso de um deles. Assim, apoiados na perspectiva teórica dos sentidos subjetivos, os resultados revelaram uma concepção de juventude pautada na ideia de experimentação da vida ao mesmo tempo em que se considera a importância dos estudos nesse processo. As limitações impostas pela falta de acesso às políticas públicas e aos direitos sociais no campo fazem surgir sentimentos de inferioridade em relação a ele. Reflete-se ainda sobre a construção de projetos de vida destes jovens, pautados na cultura urbana, em busca do reconhecimento social, em detrimento a desvalorização social da cultura campestre, uma vez que, o modelo socialmente construído de jovem e juventude estão relacionados aos padrões da classe média urbana. Assim, a partipante acredita que a melhoria de vida está relacionada à migração para a zona urbana.