A representação social da ‘Outra Infância’ no contexto de oitocentos e parte de novecentos em Portugal
Resumen
Abordamos a representação social da infância portuguesa, mas especificamente a ‘Outra infância’, aquela que estava à margem da escolarização e normalização social da época e, por isso, necessitada de proteção, assistência e educação. O arco histórico de análise é o século XIX e parte do XX, norteado pelos seguintes objetivos: analisar a representação social da infância nas vertentes médico-assistencial - higienista e na da infração ou desviação social; compreender os processos de proteção, de assistência socioeducativa ou de correção. A representação social, daquela infância relacionava-se com as suas situações sociais e condições de conflito a que estava submetida, pelo facto de viver na rua, e com as formas de relação com o mundo social, o que implicava a sua diferenciação com as ditas normais. A metodologia argumentativa é de índole histórico-documental, fenomenológica (fenómeno a ‘outra infância’) e hermenêutica. A imagem da infância foi influenciada por várias ciências, a partir finais do séc. XX e pelas políticas sociais, que culminou com dispositivos de proteção, de assistência, de institucionalização terminando no direito tutelar de menores (iniciado em 1911) e, principalmente nos direitos da criança, no séc. XX. O estudo pretende dar contributos à História [social] da Infância em Portugal, inserindo-os também na História [social] da Educação. Com este olhar, discurso e objeto de estudo, poderemos enriquecer aqueles campos da História, já que se trata de um tema de certa atualização socio histórica e cultural, relativo aquele campo disciplinar da ‘Outra infância’ como um novo objeto de investigação na nova história (Children Studies).